A fabricante icônica de guitarras, Gibson Brands, já vem acumulando dívidas há algum tempo. Isso aconteceu após a empresa expandir sua atuação para o mercado de produtos eletrônicos, uma aposta que não deu certo. Estamos falando de quase meio bilhão de dólares em empréstimos, segundo o pedido de recuperação judicial que a empresa entregou ao Tribunal de Falências dos EUA, nesta terça-feira (1).
Mas calma, isso não quer dizer que a marca não estará mais no mercado. Entenda melhor abaixo!
A Gibson faliu mesmo?
Essa é a pergunta que não quer calar! Mas o que acontece é: a Gibson recorreu ao capítulo 11 do Código de Falência americano. Quando não há mais caminhos para pagar as dívidas e empréstimos, este recurso é como a última chance de reestruturar a empresa e planejar novas formas de pagamento de dívidas.
Isso quer dizer que, mesmo que o cenário esteja complicado para a marca, ela não está saindo da ativa. O plano da Gibson é parar de investir no negócio de produtos eletrônicos no exterior e focar, novamente, na produção de guitarras e outros instrumentos. Ou seja, voltar às origens que consolidaram a marca!
O CEO da Gibson, Henry Juszkiewicz, inclusive afirmou em um comunicado à imprensa que “esse processo será praticamente invisível para os clientes, que continuarão a se beneficiar de um produto e de um atendimento ao cliente inigualáveis”. A marca também se pronunciou nas redes sociais após a repercussão da notícia:
Rest assured, there will be no changes to our warranty and return policies and we are still making, selling and shipping the world’s most iconic guitars. Our relationship with you is important to us and we’re excited for what the future holds. #onlyagibsonisgoodenough
— Gibson (@gibsonguitar) May 2, 2018
“A Gibson entrou ontem com um pedido de reestruturação apoiado no Capítulo 11 do Código de Falência americano. Isso NÃO significa que a Gibson está saindo do mercado. Significa que está reestruturando seu negócio para focar em guitarras e instrumentos musicais e se tornando uma companhia mais forte no processo.
Fiquem seguros de que não irá haver mudanças nas nossas políticas de garantia e devolução e que nós ainda estamos produzindo, vendendo e entregando as guitarras mais icônicas do mundo. Nosso relacionamento com vocês é importante para nós e estamos ansiosos pelo o que o futuro nos guarda. #onlyagibsonisgoodenough (Apenas uma Gibson é boa o suficiente)”
Como isso tudo aconteceu?
A verdade é que fica difícil afirmar algo em meio a tantas opiniões diferentes sobre o assunto. Alguns falam que o problema da Gibson está diretamente ligado à falta de interesse da nova geração no rock. Outros acham que isso tem relação com a diminuição da tendência de criação de novas bandas, que reflete diretamente nas vendas de instrumentos da marca – que já não eram como antes.
Quem sabe? Só o que podemos dizer com certeza é que a Gibson não se deu bem no mercado de eletrônicos (headphones, speakers e acessórios em geral). Em 2014, a empresa comprou o negócio de áudio e vídeo da Philips por US$ 135 milhões, porém o investimento não teve o retorno esperado. Além das vendas dos eletrônicos terem diminuído, a dinâmica de produção desses produtos exigia muito do fluxo de caixa da empresa. Com isso a Gibson acabou acumulando alguns credores, entre eles mais de uma empresa de private equity*, como a Melody Capital Partners, Kohlberg Kravis Roberts e Silver Point Capital.
Então, vamos esperar pelos próximos capítulos e torcer para que tudo melhore para essa marca que fez parte da trajetória de vários músicos, inclusive lendas como Elvis Presley, Bob Marley, Eric Clapton e muitos outros. E você, o que achou dessa notícia? Deixe o seu comentário abaixo!
Fontes: Infomoney, G1 e Música e Mercado